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Ninguém nasce odiando o próprio corpo

Ninguém nasce odiando o próprio corpo

Tempo de leitura: 4 minutos

Ninguém nasce odiando o próprio corpo, somos ensinadas a isso, mas por que isso acontece? Ao longo deste texto vamos analisar esse assunto!

Ninguém nasce odiando o próprio corpo, mas por que isso acontece?

Como anda a sua relação com a sua imagem? Tem sido uma relação de amor, de ódio ou de ambos quando se olha no espelho? Espero que esteja sendo de amor, de cuidado, carinho e acolhimento.

Infelizmente, muitas pessoas, principalmente as mulheres, mantêm uma relação nada saudável com a sua imagem, embora nossos corpos sejam um relato de nossas vivências, respeitar a imagem capturada pelo espelho ou pela câmera do celular, não é nada fácil.

Mas, a verdade é que ninguém nasce odiando o próprio corpo, aquilo que se vê no espelho todos os dias. Ao longo de nossa vida vamos aprendendo que nosso corpo deve ser de tal maneira e não do jeito que de fato ele é.

Com o passar do tempo, internalizamos tudo que escutamos e vemos sobre como deve ser nosso corpo e o resultado disso já sabemos, é a baixa autoestima.

Por isso, te convido a continuar lendo esse texto. Ao longo dele vamos refletir e entender melhor o que nos leva a odiar nosso corpo, a nos comparar com outras mulheres e o que podemos fazer para mudar essa relação com nossa imagem. Boa leitura!

Ninguém nasce odiando o próprio corpo, somos ensinadas a isso, mas por que isso acontece? Ao longo deste texto vamos analisar esse assunto!
Imagen de Freepik

Nossa família

Tudo começa ainda na infância, dentro de casa. É difícil de acreditar que o local que é para ser o mais seguro é onde começa a rejeição pelo nosso corpo.

“Maria é tão gordinha”, “Nossa, Ana nasceu tão magrinha”… Desde quando nascemos temos pessoas à nossa volta descrevendo a nossa aparência física, seja de forma positiva ou negativa.

Mesmo que essas falas e descrições não tenham uma intenção negativa, essas palavras possuem um juízo de valor que por meio deles começamos a criar nossas autoimagem, isto é, como nos vemos.

Dessa forma, nossa família tem um poder muito grande não apenas em relação à nossa educação, mas também na construção da nossa autoimagem, afinal, ninguém nasce odiando o próprio corpo.

Para você ter uma ideia, uma pesquisa realizada em 2016 pelo Reino Unido, 47% das meninas que tinham entre 11 e 21 anos não se sentiam confortáveis com sua aparência e que isso estava interferindo nas suas interações sociais, podendo ter um grande impacto na saúde mental dessas jovens.

As palavras que escutamos ainda na infância descrevendo ou julgando nosso corpo tem o poder de moldar a percepção que temos em relação à como nos vemos.

Por causa da sociedade

Mesmo que você tenha crescido em um lar em que ninguém descreveu sua aparência física de forma negativa, você ainda não está imune em julgar o seu corpo.

Não é de hoje que a sociedade (pessoas) dita padrões de beleza tanto para as mulheres quanto para os homens, tendo iniciado esse movimento no final dos ano 1960.

Nesses últimos anos, a magreza e as curvas passaram a ser exaltadas como padrão de beleza entre as mulheres, levando-as a fazer procedimentos cirúrgicos que as vezes são arriscados para sua vida.

E os homens não ficam de fora desse padrão de beleza ditado pela sociedade. A partir dos anos 1970, homens altos e com um corpo atlético passou a ser sinônimo de atraente.

É assustador pensar que crianças de 6 a 11 já têm uma distorções em como vêm o seu corpo e que em alguns casos essas distorções podem levar a transtornos alimentares.

Redes sociais

Infelizmente é nas redes sociais que esses padrões de beleza são intensificados e onde as pessoas mais se comparam uma com as outras, principalmente as mulheres e as adolescentes.

Se para uma mulher adulta já é difícil não cair na cilada de comparar seu corpo com o das atrizes e influenciadoras digitais, imagine para uma adolescente.

É na fase da adolescência que desenvolvemos nossa identidade e percepção do mundo. Logo, as redes sociais interferem nesse processo, pois os jovens buscam as redes sociais para socializar, se divertir e buscar informações.

Mesmo os padrões de beleza apresentados pela sociedade e nas redes sociais sendo irreais, mulheres e adolescentes buscam de forma incansável todos os dias alcançá-lo.

Ninguém nasce odiando o próprio corpo, mas quando não se alcança esse ideal de beleza da internet é muito comum ser atacado, acontecendo o fenômeno body shaming.

O que fazer para parar de odiar?

Como você leu até aqui, ninguém nasce odiando o próprio corpo, mas ao longo da nossa vida passamos por situações que nos levam ao caminho da não aceitação do que vemos no espelho.

Não gostar do próprio corpo também é não aceitar quem somos, é nos invalidar, acreditar que não somos merecedoras de coisas boas em nossas vidas.

Então, a aceitação do que vemos e de como nosso corpo é, é o primeiro passo. Mas também, somos livres para mudar ele, por isso pratique o autocuidado fazendo atividade física, skinker, colocando uma roupa que realce a sua beleza… Seu corpo é seu lar, não abandone ele.

Está tudo bem você não gostar das celulites da coxa, da sua orelha um pouco mais grande ou do seu cabelo em certo dias. Todos nós temos algo que não gostamos em nosso corpo, porém não é por isso que devemos nos rejeitar.

Precisamos nos lembrar diariamente que por mais que tentemos, ninguém vai conseguir estar dentro dos padrões de beleza, afinal, cada ser humano é único.

Também precisamos lembrar que as redes sociais são movidas por algoritmos e não por princípios éticos e morais, então não se sinta envergonhado e inseguro com seu corpo.

Por fim, se o que você vê no espelho tem te incomodado demais, causando sofrimento, angústia e tristeza, não hesite em procurar ajuda de um psicólogo, você e ninguém não precisa passar por tudo isso sozinha.

Referência

  • León MP, González-Martí I, Contreras-Jordán OR. What Do Children Think of Their Perceived and Ideal Bodies? Understandings of Body Image at Early Ages: A Mixed Study. Int J Environ Res Public Health. 2021 May 3;18(9):4871. doi: 10.3390/ijerph18094871. PMID: 34063636; PMCID: PMC8125761.
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Beatriz Lisboa

Estudante do 10° período do curso de psicologia, fascinada por astronomia e pelo comportamento humano divide seu tempo entre artigos da faculdade e escrever para blogs. Tendo três anos de experiência como redatora, já escreveu sobre saúde mental, alimentação e autocuidado, por exemplo. Nas horas vagas gosta de fazer caminhada, ler livros de ficção, como Harry Potter, além de ver séries e filmes, sendo que The Big Bang Theory e Interestelar são seus favoritos.

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