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Por que as mulheres se comparam?

Comparação: por que as mulheres se comparam com outras? Continue lendo e saiba mais sobre o assunto no Ponto de Partida Psi!

Tempo de leitura: 5 minutos

Por que as mulheres se comparam com outras? Continue lendo e saiba mais sobre o assunto no Ponto de Partida Psi!

Por que as mulheres se comparam com as outras?

Essa pergunta surgiu um tempo atrás depois de algumas sessões de terapia, auto cobrança e claro, depois de muita comparação com outras mulheres.

Encontrar uma resposta para essa pergunta não foi uma tarefa fácil, pois existem poucas pesquisas científicas voltadas para esse questionamento. Além disso, a comparação de uma mulher com outra pode ser em vários contextos e por diferentes motivos, sendo o principal quando de trata da aparência física.

Depois de muita pesquisa, leitura e autorreflexão, apresento a seguir o resultado das pesquisas que fiz. Boa leitura!

Quando começou essas comparações?

Antes de entendermos porque existem a comparação entre algumas mulheres, precisamos compreender melhor quando que o ser humano – e aqui me refiro à ambos os gêneros – começou a se comparar com outro.

O medo do julgamento é algo que herdamos de nossos ancestrais, pois esse medo era um fator de proteção para que não fossem excluídos da tribo. Logo, esse medo fazia com que nossos ancestrais se comparassem com as pessoas daquele grupo e tivessem os mesmos comportamentos.

Aos anos se passaram, os motivos para desejar pertencer a uma comunidade mudaram, porém até hoje para conseguirmos ser aceitos em um grupo nos comparamos na tentativa de nos assemelharmos aos participantes da tribo.

E não para por aqui!

Charles Darwin notou há muito tempo a existência de competição (entende-se comparação) entre homens; ele também entendeu que o objetivo básico de toda essa competição masculina era ganhar a atenção das mulheres e uma parceira sexual.

Por que algumas mulheres se comparam com outras?

Infância e adolescência

Mas então, por que algumas mulheres se comparam com outras?

Embora as comparações entre as mulheres não comecem na infância, é ainda quando criança que sua autoestima é construída. Logo, quando a autoestima dessa menina não é fortalecida nessas fases, abre um espaço para que a comparação surja quando adulta.

Na fase adulta

Ao parar para analisar o que leva as mulheres a comparação uma com as outras, existem dois motivos que se destacam mais na literatura científica: a competividade umas com as outras e o uso de redes sociais (Instagram).

Como assim, as mulheres competem entre si, Bia? Relaxa aí que eu vou te explicar.

Como você pode ler no tópico acima, os homens já competiam entre si para conquistar uma parceira, porém apenas nos anos 80 é que a ciência começou a investigar seriamente o mesmo fenómeno do outro lado: a competição feminina por um homem adequado.

Uma série de estudos realizados nos últimos anos demonstraram de forma convincente que a visão tradicional de que as mulheres eram passivas e não competitivas, estava errado.

Acontece que as mulheres estão envolvidas numa competição própria, disputando uma posição para garantir um companheiro adequado. Que fique bem claro aqui que não são todas as mulheres que se comparam, que se enquadram nessas pesquisas.

De acordo com a teoria evolucionista, a competição entre as mulheres está relacionado principalmente às características que são atraentes para o sexo oposto.

O psicólogo evolucionista americano David Buss descobriu, na década de 1980, que a competição intra-sexual assume duas formas principais: autopromoção e anulação da concorrente.

Para esse pesquisador, os homens demonstram e promovem as suas capacidades físicas e estato social (traços masculinos favorecidos pelas mulheres).

Enquanto isso, as mulheres tendem a promover a sua juventude e atratividade física (características femininas favorecidas pelos homens).

Os homens tentam “eliminar” os seus rivais, menosprezando a sua força física e condições econômica, enquanto as mulheres criticam a idade, a aparência e o carácter das outras, e, é aqui que entra as redes sociais.

Redes sociais

Com o avanço da tecnologia, as redes sociais surgiram de modo que hoje em dia é raro encontrar alguém que não tenha acesso a um smartphone conectado à internet. Mas, o que isso tem a ver com a comparação entre as mulheres?

As imagens (fotos) que são publicadas diariamente nas redes sociais, são cuidadosamente selecionadas antes de serem compartilhadas, podendo levar outros usuários (principalmente as mulheres) a se compararem e se autoavaliarem, questionando a sua própria existência e aparência física por acreditar que a realidade do outro aparentar ser melhor e mais interessante que a sua.

Dessa maneira, quando as mulheres usam com frequência o Instagram, o autoconceito, isto é, a crença e percepção que elas têm sobre si mesmas estão mais suscetíveis a terem alterações, afetando assim o nível de sua autoestima e humor.

Por vez, sendo a juventude e a atratividade física fatores para conseguir um parceiro amoroso e exaltados pela sociedade, ao passar mais tempo nas redes sociais, essas mulheres caem na cilada da comparação com outras.

Como parar de se comparar com outras mulheres?

Agora que a pergunta: “Por que as mulheres se comparam com outras?” foi respondida, vamos entender como evitar. Infelizmente ou felizmente, não existe uma fórmula mágica para parar de se comparar. A melhor maneira de lidar e fortalecer a sua autoestima é por meio de psicoterapia, isto quando a comparação com outras mulheres começam a afetar nossa vida.

Então, se você percebeu que está se comparando demais com outras mulheres, seja em relação à aparência física, relacionamento ou realização profissional, de modo que está te causando angústia, não hesite em procurar ajuda de um psicólogo.

Embora não pareça, é possível não se deixar levar pelas comparações e ter uma relação mais saudável consigo mesma.

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Referências

  • Freire, Teresa e Tavares, Dionísia. Influência da autoestima, da regulação emocional e do gênero no bem-estar subjetivo e psicológico de adolescentes. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo) [online]. 2011, v. 38, n. 5 [Acessado 17 Janeiro 2024], pp. 184-188. Disponível em. Epub 14 Out 2011. ISSN 1806-938X. https://doi.org/10.1590/S0101-60832011000500003.
  • SOUZA, Luciana Karine de; HUTZ, Claudio Simon. A autocompaixão em mulheres e relações com autoestima, autoeficácia e aspectos sociodemográficos. Psico (Porto Alegre),  Porto Alegre ,  v. 47, n. 2, p. 89-98,   2016 .   Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-53712016000200001&lng=pt&nrm=iso. Acessos em  17  jan.  2024. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2016.2.21185.
  • The ecology of human fear: survival optimization and the nervous system. https://doi.org/10.3389/fnins.2015.00055
  • Wiederhold, B. K. (2018). The tenuous relationship between Instagram and teen self-identity. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 21, 215-216. doi: 10.1089/cyber.2018.29108.bkw
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Beatriz Lisboa

Estudante do 10° período do curso de psicologia, fascinada por astronomia e pelo comportamento humano divide seu tempo entre artigos da faculdade e escrever para blogs. Tendo três anos de experiência como redatora, já escreveu sobre saúde mental, alimentação e autocuidado, por exemplo. Nas horas vagas gosta de fazer caminhada, ler livros de ficção, como Harry Potter, além de ver séries e filmes, sendo que The Big Bang Theory e Interestelar são seus favoritos.

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