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Redes sociais: aumenta o risco de ter depressão?

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Tempo de leitura: 4 minutos

Você acredita que as redes sociais podem influenciar nosso humor? Até que ponto elas podem nos fazer bem? Continue lendo, pois ao longo deste post o site Ponto de Partida Psi vai responder essas e muitas outras dúvidas. Confira!

O que as pesquisas têm dito sobre o uso de redes sociais?

As redes sociais têm sido muito utilizadas por pessoas em todo o mundo para se conectar e compartilhar informações. No entanto, existem várias pesquisas mostrando que o uso excessivo dessas plataformas pode estar relacionado a um aumento no risco de depressão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,8% das pessoas são afetadas pela depressão, ou seja, cerca de aproximadamente 280 milhões de pessoas no mundo sofrem com essa doença.

Mas, antes de prosseguirmos, vamos relembrar o que é depressão. A depressão é uma doença caracterizada quando uma pessoa tem variações de humor, isto é, variações de como se sente, além de ser decorrente dos conflitos que acontecem em sua vida.

Existem várias pesquisas que apontam que o uso de redes sociais pode levar a um quadro depressivo, mas entre elas está o estudo publicado no Journal of Social and Clinical Psychology. De acordo com esse estudo, onde 143 estudantes de graduação da Universidade da Pensilvânia participaram, chegou-se à conclusão de que quanto menos esses estudantes usavam as redes sociais (Facebook, Instagram e Snapchat) menos deprimidos e sozinhos eles se sentiam.

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As redes sociais e a depressão

Outro estudo muito relevante que comprova que o uso desses aplicativos está relacionado à depressão é o artigo publicado na revista Journal of Affective Disorders. Segundo esse estudo, os traços de personalidade de uma pessoa podem influenciar nos impactos do uso das redes sociais sobre sua saúde mental.

Mas então, você deve estar se perguntando aí do outro lado: como assim traços de personalidade? Calma aí que eu te explico!

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores aplicaram dois tipos de testes psicológicos, sendo o PHQ-19 (Questionário de Saúde do Paciente), que tem como objetivo avaliar a depressão e o Big Five Inventory, que avalia a abertura, consciência, extroversão, amabilidade e neuroticismo.

Esse estudo chegou ao resultado de que as pessoas que possuíam muita amabilidade (pessoa afetuosa, amável), tinham 49% menos chances de ficarem deprimidas quando não estavam usando as redes sociais. Por outro lado, os participantes que pontuaram mais no item neuroticismo (que tem tendência a instabilidades emocionais), tinham duas vezes mais chances de terem depressão.

Por fim, esse estudo surpreendeu com o resultado de que independente do tipo de personalidade dos participantes e de seus escores, o uso das redes sociais aumentou os riscos dos estudantes desenvolverem um quadro depressivo futuramente.

Mas por que as redes sociais causam problemas de saúde mental?

A explicação que os pesquisadores deram para o que foi citado acima é que o uso excessivo das redes sociais pode levar a uma comparação social, o que significa que as pessoas começam a comparar sua vida com a de outras pessoas na plataforma. Logo, essa comparação pode levar a sentimentos de inadequação e aquisição, especialmente se as pessoas estão expostas a uma imagem idealizada da vida dos outros. 

Além disso, as redes sociais também podem acabar afastando as pessoas do contato social e isso pode ter efeitos negativos graves na saúde mental de uma pessoa.

No entanto, é importante lembrarmos que as redes sociais em si não são a causa da depressão, apenas um dos fatores que pode contribuir para o desenvolvimento dessa doença.

Como prevenir?

A melhor maneira de prevenir é instalando aplicativos que monitoram o tempo que você passa usando o aparelho. Além disso, você pode desativar as notificações, assim você não vai ter a tentação de entrar na rede social toda vez que seu celular vibrar.

Por fim, é importante buscar ajuda de um profissional se os sentimentos de tristeza, ansiedade ou desespero persistirem.

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Referências

  1. Berryman, C., Ferguson, CJ, & Negy, C. (2018). Uso de mídias sociais e saúde mental entre jovens adultos. Psychiatric Quarterly89 (2), 307-314.
  2. Hunt, MG, Marx, R., Lipson, C., & Young, J. (2018). Chega de FOMO: limitar a mídia social diminui a solidão e a depressão. Journal of Social and Clinical Psychology37 (10), 751-768.
  3. Institute of Health Metrics and Evaluation. Global Health Data Exchange (GHDx).  http://ghdx.healthdata.org/gbd-results-tool?params=gbd-api-2019-permalink/d780dffbe8a381b25e1416884959e88b.
  4. Karim, F., Oyewande, AA, Abdalla, LF, Ehsanullah, RC, & Khan, S. (2020). Uso de mídias sociais e sua conexão com a saúde mental: uma revisão sistemática. Cureu12 (6).
  5. Melissa G. Hunt, Rachel Marx, Courtney Lipson e Jordyn Young. Journal of Social and Clinical Psychology. Publicado online: dezembro de 2018 https://doi.org/10.1521/jscp.2018.37.10.751.
Beatriz Lisboa

Beatriz Lisboa

Estudante do 10° período do curso de psicologia, fascinada por astronomia e pelo comportamento humano divide seu tempo entre artigos da faculdade e escrever para blogs. Tendo três anos de experiência como redatora, já escreveu sobre saúde mental, alimentação e autocuidado, por exemplo. Nas horas vagas gosta de fazer caminhada, ler livros de ficção, como Harry Potter, além de ver séries e filmes, sendo que The Big Bang Theory e Interestelar são seus favoritos.

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